500 ANOS DA TRAVESSIA DO PACIFICO E CHEGADA ÀS FILIPINAS

Estrutura de Missão Mar 15 2021

No dia 16 de março assinalam-se os 500 Anos da conclusão da travessia do Oceano Pacifico …

No dia 16 de março assinalam-se os 500 Anos da conclusão da travessia do Oceano Pacifico e a chegada às Filipinas, feito realizado por Fernão de Magalhães no âmbito daquela que seria a primeira viagem de Circum-Navegação, uma expedição planeada e comandada pelo navegador português e concluída pelo espanhol Juan Sebastián Elcano.

Após a descoberta do Estreito de Magalhães em outubro de 1520, e a comprovação da ligação entre o oceano Atlântico e o oceano batizaria de Pacifico, Fernão de Magalhães iniciaria e concluiria a 16 de março de 1521 a travessia do maior oceano da Terra que revelaria e acrescentaria aproximadamente 60% ao mundo até então conhecido, confirmaria a condição esférica do nosso planeta e oferecia à humanidade um, até então desconhecido, Planeta “Oceano”.

Esta travessia alterou a forma de pensar o mundo nos seus diferentes domínios, nomeadamente, o comercial, o cultural e, sobretudo, o geopolítico.

Nascia o conceito de rota global que rege a navegação contemporânea e seria renovado o imaginário coletivo existente à altura, imposto desde a antiguidade e a idade média, sobre a finitude do planeta, a sua conceção de habitabilidade e a sua dimensão global.

Do ponto de vista tecnológico a travessia do Pacifico representou, à altura, um verdadeiro feito náutico por parte do navegador português.

Para além de toda a logística envolvida, nomeadamente os recursos materiais, humanos e financeiros que foram necessários reunir para esta expedição, Fernão de Magalhães demonstrou um nível de confiança e conhecimento científico e tecnológico – no âmbito cartográfico, cosmográfico, meteorológico, náutico, entre outros – tornando o feito num dos mais relevantes eventos da Humanidade.

A travessia demoraria cerca de quatro meses e seria marcada também pela tenacidade e resiliência da sua tripulação que acompanhou Fernão de Magalhães. A sua resistência ultrapassaria fome, sede e doença (que dizimara parte da tripulação, principalmente o escorbuto), num verdadeiro teste aos limites da força humana.

As dimensões associadas a esta travessia e à expedição no seu todo permitiu novas formas de conhecer o mundo nomeadamente, entre muitas outras, as associadas à cultura, ao património, à economia, à aproximação entre povos, ao estabelecimento de relações interculturais e a partilha de mundividências.

Também na realidade atual, no âmbito das emergentes preocupações ambientais, ainda é visível o legado deixado pela expedição de Magalhães.

Quando se abordam as implicações relacionadas com as alterações climáticas e a sustentabilidade dos mares e oceanos, e se recorre ao conceito de mar único para dimensionar o impacto das suas consequências, tal se deve à confirmação da intercomunicabilidade entre os oceanos em resultado direto da descoberta da passagem, por mar, entre o Este e o Oeste (Estreito de Magalhães) e a travessia da maior massa de água até então nunca superada.

Não teria havido Circum-Navegação do planeta sem o espirito ousado de Fernão Magalhães, que deu outro significado à palavra internacional, descobriu “novos mundos” e alterou a forma como nos relacionamos com os outros e nos tornamos parte da comunidade internacional.

Referenciada pela NASA como a primeira orbita ao planeta Terra, a Circum-Navegação constitui-se como uma rota universal que se atravessa todos os mares e continentes, cobrindo os dois hemisférios do planeta e contribuindo para a confirmação da esfericidade e dimensão do mundo, da intercomunicabilidade entre os oceanos e da consciência coletiva de que vivemos num mundo maioritariamente Oceano, como “casa da Humanidade“, o Planeta Oceano.