Está concluída a viagem de celebração dos 500 anos da circum-navegação de Fernão de Magalhães

Estrutura de Missão Dec 12 2022

Quatro anos depois de ter iniciado a viagem da celebração, o Pavilhão das Galeotas do Museu …

Quatro anos depois de ter iniciado a viagem da celebração, o Pavilhão das Galeotas do Museu da Marinha foi o palco da cerimónia que, oficialmente, encerrou as comemorações do V Centenário da expedição que, planeada e comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães e concluída pelo espanhol Juan Sebastián Elcano, nos daria a primeira viagem de Circum-Navegação.

Um feito extraordinário que, sendo um dos mais brilhantes e desafiantes da história da humanidade, se constituiu como um marco na génese da globalização que ainda hoje todos partilhamos.

Celebrar este feito constituiu uma oportunidade de favorecer o seu estudo e interpretação, através de uma leitura global e plural da história e das relações entre povos e culturas, favorecendo uma análise e compreensão do legado intercultural passado e presente, de forma partilhada, colaborativa e multicultural.

Para nortear o trabalho da Estrutura de Missão foi delineado um programa ambicioso, desenvolvido em resultado do trabalho conjunto com as respetivas áreas governativas e da audição de um alargado número de entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, incluindo membros da comunidade académica e científica.

Assente em quatro eixos estratégicos e 11 linhas programáticas, foi aprovado um programa abrangente, diversificado e inclusivo, mas que, em parte, também foi condicionado por uma pandemia.

Face a essa realidade, sempre mutável e imprevisível, a maioria das atividades planeadas, sobretudo as que pressuponham a presença de público, foram sendo desenvolvidas com uma grande margem de incerteza, condicionando a sua forma de organização ou mesmo, no limite, a sua própria realização.

Todavia, foi conferida a adaptabilidade necessária face às circunstâncias que, numa conjugação entre as condições possíveis e a opção, preferencial, por formatos baseados na Internet permitiram a concretização de um número alargado e diversificado de ações.

Ainda assim, ao longo dos quatro anos de comemorações,  também, graças a um alargado e diversificado conjunto de entidades parceiras, públicas e privadas, foi possível cumprir os eixos estratégicos do programa por meio de alternativas, mas resolutivas, formas de concretizar as mais de 500 iniciativas desenvolvidas.

Iniciativas que envolveram crianças, jovens e graúdos, de todos os níveis de ensino e demografias, em todos os pontos do país, incluindo as nossas ilhas, em diferentes partes do mundo, cobrindo os quatro continentes.

Largo é o espectro do legado destas comemorações e enorme é a expressão, de forma pública e inequívoca, do nosso agradecimento aos incontáveis parceiros que connosco embarcaram nesta viagem.

Partilhar a herança da circum-navegação é, também, uma oportunidade de reflexão sobre a visão de sociedade mais tolerante que certamente partilhamos e definição de um mundo mais justo e sustentável, ao nível cultural, económico, social e ambiental, promovendo o mar e os ecossistemas marinhos, como primeiro elemento de ligação entre todos os povos.

Portugal tem uma perspetiva global, em que, hoje, como há cinco séculos, o Oceano, que nos une a todos, é um desígnio prioritário/estratégico de Portugal, um desígnio prioritário/estratégico para o mundo.

Desígnio traduzido no compromisso de Portugal com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Cinco séculos depois, o legado desta viagem constitui-se como um verdadeiro património de toda a humanidade e um capital simbólico e intelectual de valor universal.

Revisitar este legado é, além de uma responsabilidade histórico-cultural, uma oportunidade de pensar o presente e o futuro.

Uma oportunidade de reflexão sobre o mundo que herdamos e sobre aquele que estamos a construir.

Sobre o conhecimento que temos e sobre as novas fronteiras do saber.

Todos reconhecemos a importância das redes de cooperação como importante recurso e facilitador nos processos de desenvolvimento local e regional.

Neste contexto comemorativo, as redes colaborativas criadas entre cidades, universidades e escolas tornam-se, também, um importante recurso para, 500 anos depois, dar “mais mundo ao mundo”, reinventar novas “rotas” colaborativas, e procurar as “especiarias” da contemporaneidade.

Foi possível traçar, de forma conjunta e meritória, uma rota para celebrar um legado que, na realidade, é de todos.

Honrámos o Legado, promovemos o Conhecimento para que fosse possível estimular o Desenvolvimento e ajudámos a projetar o Futuro.

Maximizámos os heróis, e através deles veiculámos mensagens de solidariedade, tolerância e sustentabilidade.

Valores que, Portugal e todos os países que se associaram às comemorações, querem promover como parte da sua identidade e que consideram essenciais para o futuro da espécie humana!