Há 500 anos chegou ao fim a primeira viagem de circum-navegação

Estrutura de Missão Sep 6 2022

Há precisamente 500 anos, no dia 6 de setembro, a nau Victoria capitaneada por Sebastián Elcano, …

Há precisamente 500 anos, no dia 6 de setembro, a nau Victoria capitaneada por Sebastián Elcano, o derradeiro navio na armada de Fernão de Magalhães e o primeiro a dar uma volta completa ao mundo, chegou ao porto espanhol de Sanlúcar de Barrameda.

Nesse dia do ano de 1522 chegou ao fim a maior viagem marítima alguma vez realizada e que durou praticamente três anos. Dos 234 homens que integraram a tripulação inicial, apenas 18 completaram a primeira volta ao mundo.

Esta primeira viagem de Circum-Navegação resulta de uma expedição originalmente planeada e comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães, que tinha como objetivo chegar às ilhas das especiarias (Molucas) por Ocidente a qual, por diferentes circunstâncias incluindo a morte de Fernão de Magalhães em combate, nas Filipinas, em 27 de abril de 1521, acabaria por ser concluída pelo espanhol Juan Sebastián Elcano. 

O jovem Antonio Pigafetta escreveu a narrativa mais importante e completa da primeira volta do mundo. De origem nobre, nasceu em Vicenza, entre 1480 e 1491 e morreu na mesma cidade italiana, por volta de 1534. Também conhecido como Antonio Lombardo ou Antonio de Plegafetis, foi para Espanha em 1518, talvez como cavaleiro de Rodes, ao serviço do embaixador do Papa, Monsenhor Francisco Chieregati. Cedo se tornou um grande amigo de Fernão de Magalhães, o que lhe permitiu acompanhá-lo na viagem de circum-navegação. Sem deveres específicos, observou e escreveu o seu famoso relato da viagem, a partir dos diários que acumulou e que, milagrosamente, foram preservados.

Mas ainda em relação às comemorações dos 500 anos da chegada da nau Victoria, pode ler-se na contemporânea obra de José Manuel Núñez de la Fuente, Diário de Fernão de Magalhães, O Homem que tudo viu e andou:

…”Por fim, por inícios de setembro conseguiram divisar o cabo de São Vicente, o farol que guiava as frotas para entrentar mais tarde a barra de Sanlúcar de Barrameda. Isto foi feito no sábado, 6 de setembro, ajudados pelo piloto sanluquenho Pedro Sordo, que aplicou toda a sua destreza em contornar o perigoso acidente que se encontra na desembocadura do Guadalquivir e que tantos naufrágios causou durante séculos. Com a Victoria fundeada, os 21 sobreviventes foram assitidos como a ocsião obrigava, recebendo toda a classe de alívios sob forma de comidas e bálsamos para curar as doenças arrastadas tanto tempo. Mártir de Anglería, conselheiro do imperador Carlos V, referia-se a eles desta forma: “Naquela nave, com mais buracos que um crivo cheio deles, pude ver os dezoito que trouxe, mais malicentos que rocim manco.