Lançado o livro “Atravessando a Porta do Pacífico: Roteiros e Relatos da Travessia do Estreito de Magalhães, 1520-1620”

Estrutura de Missão Nov 16 2020

O Livro “Atravessando a Porta do Pacífico: Roteiros e Relatos da Travessia do Estreito de Magalhães, …

O Livro “Atravessando a Porta do Pacífico: Roteiros e Relatos da Travessia do Estreito de Magalhães, 1520-1620”, com autoria de José María Moreno Madrid e Henrique Leitão, reúne 100 anos de conhecimento técnico, náutico e científico sobre a navegabilidade da passagem que ligou dois oceanos nos anos subsequentes à sua descoberta e travessia pelo navegador português Fernão de Magalhães em 1520.

Numa edição da By the Book para a Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães | 2019-2022 (EMCFM), o lançamento da publicação ocorre no âmbito das comemorações dos 500 Anos da descoberta do Estreito de Magalhães, feito realizado no âmbito daquela que seria a primeira viagem de Circum-Navegação, uma expedição planeada e comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães e concluída pelo espanhol Juan Sebastián Elcano.

Recolhem-se nesta obra os principais roteiros e relatos da travessia do Estreito de Magalhães, no primeiro século da sua exploração, isto é, desde 1520, data da primeira travessia pela expedição comandada por Fernão de Magalhães, até 1620.

O livro apresenta várias novidades, entre as quais a apresentação de roteiros e documentos nunca antes publicados em Portugal, bem como notícias de possíveis expedições ao Estreito, realizadas por portugueses, que são praticamente desconhecidas até este momento.

Escolhidos pelo conteúdo técnico, náutico ou científico a publicação expõe documentos que podem informar o leitor acerca dos aspetos técnicos, geográficos, meteorológicos, náuticos ou científicos com que se debateram os primeiros navegadores que atravessaram o Estreito.

A obra apresenta ainda uma compilação de cartas e mapas cartográficos que representam o Estreito de Magalhães no primeiro século de explorações, isto é, entre 1520 e 1620.

Sobre a publicação, José Marques, Presidente da EMCFM, afirma no seu prefácio que “(…) o seu conteúdo assente na inegável erudição dos textos originais, associado a uma bibliografia, cronologia e seleção de textos de rara excelência, tornam-no num livro único sobre a história do Estreito de Magalhães” e que, recordando os objetivos inerentes à EMCFM, apoiar a sua publicação concorre “(…) para o enriquecimento do acervo bibliográfico relativo à primeira viagem de circum-navegação e ao legado do navegador português Fernão de Magalhães.”.

Situado no Chile, na região que tem como nome Magallanes, a descoberta do estreito, e comprovação da ligação entre o oceano Atlântico e o oceano que Fernão de Magalhães batizaria de Pacifico permitiu acrescentar aproximadamente 50% ao mundo até então conhecido, confirmou a condição esférica do nosso planeta e ofereceu à humanidade um até então desconhecido “Planeta Oceano”.

Nas palavras dos autores, “(…) atravessar o Estreito foi de início uma das mais temidas e mais perigosas façanhas da marinharia do século XVI e com essa travessia resolviam-se décadas de discussão sobre a geografia do novo continente americano e abria-se a porta para o Pacífico e a navegação em outros mares.”.

Sendo a maior e mais importante passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o legado da descoberta deste estreito ainda hoje perdura.

Quando se abordam as implicações relacionadas com as alterações climáticas, e se recorre ao conceito de mar único para dimensionar o impacto das suas consequências, tal se deve à confirmação da intercomunicabilidade entre os oceanos em resultado direto da descoberta da passagem, por mar, entre o Este e o Oeste.