Portugal comemora os 500 anos da Primeira Circum-Navegação na Expo 2020 Dubai

Estrutura de Missão Oct 22 2021

O Pavilhão de Portugal comemora este domingo, 24 de outubro, os 500 anos da primeira viagem …

O Pavilhão de Portugal comemora este domingo, 24 de outubro, os 500 anos da primeira viagem de circum-navegação, na Expo 2020 Dubai, com a inauguração de uma peça de arte urbana do artista português Bordalo II.

A cerimónia oficial de inauguração terá início às 17h30 deste domingo (14h30 hora de Portugal Continental), na praça do Pavilhão de Portugal, e contará com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, do Comissário-Geral de Portugal para a Expo 2020 Dubai, Luís Castro Henriques, do Presidente da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da primeira Circum-Navegação, José Marques, bem como do artista Bordalo II.

O Pavilhão de Portugal vai apresentar na Expo uma peça de arte urbana, intitulada “Pinguins de Magalhães”, em homenagem ao navegador português Fernão de Magalhães, que liderou e planeou a expedição náutica que, concluída pelo espanhol Juan Sebastián Elcano se tornaria a primeira viagem de circum-navegação do globo terrestre (1519-1522). Assinada pelo artista português Bordalo II, a peça é feita à base de plásticos – recolhidos dos mares abrangidos pela circum-navegação – de modo a sensibilizar as pessoas para a poluição dos oceanos e a consequente ameaça à biodiversidade marinha. A obra é um apelo à ação, dirigido às novas gerações, para garantir a sustentabilidade dos oceanos e o equilíbrio dos seus ecossistemas.

O evento contará com uma participação especial dos Pauliteiros de Miranda do Douro e um momento musical com Luísa Amaro e Gonçalo Lopes, na guitarra portuguesa. (Programa em anexo).

Esta iniciativa resulta do protocolo celebrado em abril de 2020 entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação (EMCFM), de forma a valorizar o legado cultural, científico e tecnológico associado à viagem de Circum-Navegação e a Fernão de Magalhães.

O evento vai coincidir com o Dia das Nações Unidas, sendo por isso uma oportunidade de mostrar na Expo 2020 Dubai o compromisso de Portugal com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, nomeadamente a preservação dos Oceanos.

O Pavilhão de Portugal situa-se no distrito temático da Sustentabilidade da Expo. Sob o mote “Portugal – Um Mundo num País”, Portugal apresenta-se como um país que outrora conectou o mundo pelos mares, lançando as sementes da globalização, e que hoje é, como sempre foi, aberto ao mundo, à diversidade, a todas as culturas.

A escultura pretende ser um veículo da mensagem de sustentabilidade e um apelo para a alteração urgente de comportamentos em prol desta, e de todas as espécies animais do grande “Planeta Oceano” que a expedição liderada por Fernão de Magalhães nos deu a conhecer.

Conceito da obra – “Pinguins de Magalhães”
A peça representa os pinguins de Magalhães, integrando uma das séries mais marcantes do artista – “Big Trash Animals”.

O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus – Ave do Estreito de Magalhães) deve o seu nome ao navegador português Fernão de Magalhães, cuja tripulação o avistou pela primeira vez enquanto navegava pela ponta da América do Sul, em 1520. Esta ave marinha habita as zonas costeiras do oceano Pacífico e Atlântico da América do Sul, particularmente na Argentina, Chile e nas Ilhas Malvinas. É uma das muitas espécies de pinguins que enfrentam sérias ameaças à sua sobrevivência. De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o pinguim-de-Magalhães está classificado como “quase ameaçado”.

A escolha simbólica deste animal prende-se não só com a história e os valores portugueses, mas reflete também o lema da exposição mundial no Dubai “Connecting Minds, Creating the Future”. Reunindo Portugal, a América do Sul e os Emirados Árabes Unidos, pretende-se agregar o mundo numa só peça.

Sobre o artista
Artur Bordalo, mais conhecido pela alcunha artística Bordalo II, nasceu em 1987 em Lisboa. Passou a juventude entre a paixão do avô (o pintor Real Bordalo) pelas aguarelas e as aventuras em torno do graffiti em Lisboa.

Hoje em dia, Bordalo II utiliza materiais em fim de vida para criar verdadeiras obras de arte, procurando transmitir uma mensagem de sustentabilidade e consciencialização ambiental. Reconhecido mundialmente pela sua visão artística e consciência crítica, Bordalo II transforma o lixo das ruas em esculturas de animais com forte impacto visual, para alertar as pessoas sobre a poluição e os seus efeitos no nosso planeta. Segundo o artista, “A ideia é retratar a própria natureza, neste caso, os animais, a partir de materiais responsáveis pela sua destruição”.

O “lixo” assume-se como a inusitada e singular matéria-prima que usa na construção das peças, de pequena ou grande escala, que tem espalhado um pouco por todo o mundo e que, acima de tudo, pretende ser veículo de um manifesto universal.

Mais informação: https://www.bordaloii.com/